Sunday, July 31, 2011

Pescada cambucu ao limão siciliano assada na folha de bananeira



Ilhabela, realmente bela. Pena que estava chovendo, mas ótimo pra desfrutar o sossego e a boa companhia dos amigos, além de se fartar de comida boa.
Pra mim, estar no mar é sinônimo de comer peixe, camarão, polvo, lula, marisco, ostra.
E foi nesse contexto que decidi preparar a pescada cambucu. Geralmente sou fã dos temperos mais fortes e sabores mais marcantes, mas decidi aproveitar os limões sicilianos presenteados pela mãe da dona da casa.
O peixe não precisa ser exatamente a pescada cambucu. Qualquer peixe pode ser feito do mesmo modo. Já fiz pirarucu, badejo, pintado, entre outros.


Ingredientes
2 kg de pescada cambucu limpa e sem a cabeça
1 limão siciliano grande cortado em rodelas
Sal grosso
Pimenta do reino ou mix de pimentas moídas
Azeite de oliva extra-virgem
Folhas de bananeira
1 copo de cachaça
Lave bem o peixe na água, depois esfregue o sal em pequena quantidade por dentro e por fora. Abra o peixe como se fosse recheá-lo e coloque um pouco de azeite, as rodelas de limão e jogue o copo de cachaça. Coloque as rodelas de limão que sobrarem do lado de fora do peixe e embrulhe-o na folha de bananeira. Se precisar, pode prender as folhas com barbante ou linha de costurar.
Não costuma ser muito fácil encontrar folhas de bananeira nas grandes cidades. É por isso que, quando encontro, costumo pegar umas a mais e congelá-las para usar depois. Elas podem ser guardadas em pequenos rolinhos presos com barbante, por bastante tempo. Caso não consiga encontrá-las, pode embrulhar o peixe no papel alumínio.
Coloque numa assadeira e leve ao forno médio pré-aquecido por cerca de uma hora. Após esse tempo, abra as folhas com a ajuda de uma faca ou uma tesoura e veja se já está cozido. Você pode levar ao forno por mais uns vinte minutos, com o peixe desembrulhado, para dar uma “corzinha” ao peixe.
Como acompanhamento, peixe vai muito bem com uma salada de legumes, com batata de todo jeito ou arroz branco, mas nesse caso resolvi servir com arroz com camarões e açafrão, além da maravilhosa farinha d’água manauara.

Espero que se deliciem com essa maravilhosa receita.
Quem comeu, gostou muito!

Tuesday, July 5, 2011

Sopa árabe de coalhada com mini-kibes




Ah, as mil e uma noites!!! Acho que ficaria, no mínimo, mil e uma noites e dias comendo comida árabe. Tenho uma amiga que diz que a comida árabe é feita com paixão; e é disso que vem a riqueza de sabores, gostos, cheiros e temperos. Eu concordo com ela.
Eu gosto de tudo o que a culinária árabe tem para oferecer; mas essa receita é uma das mais fabulosas e das minhas prediletas. A primeira vez que tomei essa sopa foi na casa da Maria Luísa, uma artista plástica que era casada com um primo de minha mãe. Muitos anos depois, tomei-a novamente na casa de uma ex-amiga. A amizade foi embora, mas o gosto pela sopa, além de um pequeno truque ocidental para fazer a sopa dar certo, permaneceram na minha memória.
A sopa, na verdade, pode ser preparada de dois jeitos: com kibe ou com capeletti. Quando ela é feita com capeletti, leva o nome de Shishbarak. Tentei pesquisar o nome dela quando é feita com kibes; apareceu apenas o Kibe Labanye, mas eu acho que esse nome se dá a um prato que é feito com kibes grandes cozidos no molho de coalhada, não exatamente uma sopa, embora o gosto seja o mesmo.
Fazia muito tempo que não cozinhava essa sopa e, na semana passada, resolvi fazer para receber uma amigona em casa. Ela adorou.
Então aí vai a receita e aproveitem o friozinho:
Ingredientes dos mini-kibes:
250g de carne moída
01 xícara de chá de trigo para kibe
01 cebola picada
03 dentes de alho picados
01 colher de sopa de azeite
Pimenta branca moída a gosto
Sal a gosto
01 punhado de hortelã picada
01 punhado de salsa picada
01 ovo
Misture todos os ingredientes numa vasilha, até formar uma massa uniforme. Deixe na geladeira por no mínimo duas horas, coberto com um filme plástico. Após esse tempo, o kibe terá absorvido água e a mistura ficará mais firme. Se achar que ficou muito seco, adicione um pouquinho de água e misture novamente, mas é importante que o kibe fique firme para não dissolver no cozimento.
Faça cerca de 20 pequenas bolinhas, aperte bem firme e reserve numa assadeira. Daí vem o truque da minha amiga “turca”: pré-aqueça o forno ou ligue o grill e coloque os kibinhos para dar uma ligeira “tostada” por uns 10 minutos; assim eles ficam com a superfície um pouco mais firme, evitando que se desfaçam na sopa. ( O certo mesmo é cozinhá-los crus na sopa, mas as mães turcas que me perdoem...)
Ingredientes da sopa:
01 cebola picada
04 dentes de alho moídos
01 litro de leite
01 litro de coalhada
02 colheres de azeite extra-virgem
01 punhado de arroz branco
Sal a gosto
Pimenta branca moída a gosto
Noz moscada
Numa panela funda, tipo caçarola, doure o alho e a cebola no azeite. Desligue a panela por alguns instantes para esfriar e então jogue o leite e a coalhada. Para os gordinhos complexados e para as magrelas obsessivas, é possível usar leite e coalhada desnatados mas, como eu sempre digo, é a gordura que traz a felicidade na vida....
Ligue o fogo médio, mexendo sempre para não “talhar”. E adicione os kibinhos com cuidado. Então coloque o punhado de arroz. Se a mistura parecer “talhar” (ficar com aquele aspecto de leite coagulado), não se assuste. Ãs vezes demora um pouco para ficar um creme homogêneo, e mesmo que nao fique, fica bom mesmo assim.
Vá mexendo com muito cuidado para os kibes não se desmancharem e vá verificando se o arroz está cozido. Geralmente, quando o arroz está pronto, a consistência cremosa da sopa já foi atingida. Acrescente a pimenta e a noz moscada.
Sirva com azeite e hortelã com salsinha picadas.
Nada melhor do que um bom vinho para acompanhar esse delicioso prato. Minha sugestão é o Casa Valduga Gran Reserva 2004 – Cabernet Sauvignon.


Bom apetite!