Já comi várias vezes arroz carreteiro. Mas
há algumas semanas experimentei o melhor deles – até hoje. Estava em São
Lourenço do Sul/RS e experimentar por singelos 7 reais um delicioso carreteiro
feito num tacho de ferro colocado na lenha. Mas não parou por aí. Bastou minha
amiga de lá anunciar que havia um delicioso charque feito de carne de ovelha e
que era difícil de preparar que se instalou o chip da obsessão em minha mente.
Prá quem não sabe, charque é um tipo de carne seca, salgada, encontrada em todo
o país.
Voltando para Porto Alegre para pegar o
avião para a cinzenta Sampa, aproveitei para dar uma parada no Mercado
Municipal para comprar uns vinhos e eis que encontro o tal charque de ovelha.
E então chegou o grande dia! Almoço para
pessoas queridas com um delicioso arroz de carreteiro “afofoletado”. Existem
milhares de receitas desse arroz por aí; o importante é ter ingredientes de boa
qualidade e cozinhar com amor. É claro que deve ser difícil encontrar esse tipo
específico de charque por aí, mas vale usar os mais comuns mesmo, de carne
bovina.
Então anote aí os ingredientes para um
panelão que serve dez pessoas:
2kg de charque ( de ovelha ou bovina)
|
01 kg de arroz ou 04 xícaras
|
01 kg de feijão (preto ou vermelho)
|
04 cebolas grandes picadas em cubos
|
01 cabeça de alho (pode picar os dentes
ou deixá-los inteiros)
|
01 maço de cheiro verde picado
|
06 pimentões (verdes e vermelhos) picados
|
½ kg de pinhão (cozidos e picados em
rodelinhas)
|
Sal ( com cuidado)
|
Azeite
|
Manteiga
|
Pimenta malagueta
|
01 litro de vinho tinto
|
05 limões
|
Cominho
|
Noz moscada
|
Preparo do charque:
O charque é bastante salgado, então é
importante que fique uns dias
dessalgando, trocando sempre a água. Se for de ovelha, é uma carne com gosto
bastante forte, então é importante, na véspera do prato, deixar de molho com 05
limões (esprema o suco dos limões, mas também deixe-os no molho e ½ litro de
vinho. Depois enxágüe bem, tire o excesso de gordura com uma faca.
Você pode fazer o charque na panela de
ferro, mas optei por cozinhar na panela de pressão junto com o feijão, para
pegar mais gosto e amolecer bem a carne. Não há necessidade de temperar.
Cozinha na pressão por 20 a 30 minutos e verifique se a carne e está mole e o
feijão está inteiro. O feijão tem que ficar meio durinho. Separe o caldo da
carne e o caldo do pinhão. Coloque para ferver numa chaleira e vá usando para
colocar no arroz, completando sempre com água.
Numa panela grande (eu usei a minha
“moquequeira de barro”), coloque 2 colheres de sopa de manteiga e 02 de azeite
para esquentar. Doure o alho e a cebola. Acrescente o pinhão. Refogue bem e
acrescente o arroz. Vá colocando água, depois coloque a carne e os pimentões,
junto com o vinho. Quando o arroz estiver quase pronto, adicione o feijão e
misture tudo. Adicione a pimenta malagueta, bem picadinha. Coloque o cominho e a noz moscada. Coloque sal se for preciso. Quando
desligar o fogo, adicione o cheiro verde, mexendo com cuidado para não esmagar
o arroz. Pode incrementar com lascas de queijo-manteiga nordestino.
Sirva com molho de pimenta e acompanhado de
uma salada de alface e tomate, só prá “rebater” o peso. Acho que o prato
combina tanto com uma cervejinha como com um vinhozinho tinto.
Como a minha inspiração veio dos Pampas, eu sugiro um Casa Valduga Duetto Pinot Noir / Shiraz.
Como a minha inspiração veio dos Pampas, eu sugiro um Casa Valduga Duetto Pinot Noir / Shiraz.
E bom apetite!