Faz muito tempo que ouço um amigo très chic falar de suas incursões a supermercados e empórios em busca do tal sal rosa do Himalaia. Até então seus comentários nunca aguçaram a minha curiosidade. Achava, fancy, pitoresco, super gay. Nunca me interessei em usar. Mas, vendo um programa de TV no Canal Food Network, nos EUA, descobri um restaurante que fazia kebabs assados nessa placa maravilhosa. Consegui comprar no Amazon e também está à venda em lojas como "Sur la Table"e "Williams Sonoma, lá no Tio Sam.Uma ótima notícia: descobri que as placas já se encontram à venda nas lojas da Bombay em São Paulo, mas são placas pequenas e mais finas, que portanto irão durar bem menos
(http://www.bombayherbsspices.com.br).
Sim, ela demora para esquentar. Cerca de 40 minutos. Depois disso, é só alegria! E o resultado é simplesmente fascinante! Apoiando a placa diretamente no fogo, no grill, na churrasqueira a até mesmo no forno, basta untar a placa com azeite e cozinhar os alimentos, sem nenhum tempero prévio. O resultado é, no mínimo, curioso: o alimento cozinha rapidamente e o sal da placa tempera na medida! Mas prepare-se! A placa faz uma sujeira daquelas e é difícil de limpar depois. Nossa estréia foi com camarão pistola, shitake, champignon e legumes. O polvo que não foi muito feliz. Ficou duro feito um pau, simplesmente "incomível".
Na sessão de hambúrgueres, uma certa decepção. Os hambúrgueres, recheados com queijo Gruyère, ficaram lindos, moreninhos por fora, mas um pouco frios e crus por dentro. Mas mesmo assim ficou gostoso. Nessa "versão", o hambúrguer acompanhou batatas que foram previamente cozidas para amolecerem um pouco.
Na terceira incursão às Aventuras da Placa do Sal Rosa, foi a vez
da majestosa picanha. Como se não tivesse aprendido a lição, comecei com fatias grossas e coloquei duas cebolas e vários dentes de alho para assar. Mas logo me lembrei da lição deixada pelos hambúrgueres e cortei fatias bem finas, quase microscópicas da picanha. O resultado foi fascinante: elas ficam prontas muito rápido, a carne não fica escura, ela fica bem clarinha e o sal tempera deliciosamente. Para acompanhar, os alhos grelhados se derretem como uma pasta e, amassados dão um sabor todo especial à carne. Também fiz um vinagrete delicioso que levava limão rosa ao invés de vinagre.
E se puder escolher entre fogão, forno ou churrasqueira para usar a placa, escolha a última. Porque, apesar de delicioso, no fogão faz uma sujeira danada. Mas se for usar forno ou fogão, não se esqueça de forrar com papel alumínio antes, coisa que eu não fiz da primeira vez.
Limpar a placa é um capítulo (muito) à parte. Das técnicas desenvolvidas por tentativa e erro, a melhor que encontrei foi raspar com um espátula de metal enquanto ainda estiver quente, adicionando um pouco de água. Também comprei uma esponja sintética, imitando buchas de aço, mas que não deixam resíduos na placa. Ela fica feia depois do primeiro uso e notam-se os buracos do desgaste. Cuidado para não jogar água muito quente e nem deixar a placa de molho, porque ela pode dissolver ou quebrar. Mesmo com todos esses cuidados, ela pode se quebrar. A minha quebrou, mas com sorte foi uma trinca bem na ponta, permitindo que ela fosse usada outras vezes.