Wednesday, October 10, 2012

Um Pastel e vários chopps!




Navegando pela internet, descobri que os pastéis foram “inventados” ou modificados de suas versões originais pelos chineses, principalmente com a chegada dos imigrantes após a II Guerra Mundial.  Tudo bem, faz sentido. Mas quem pode me explicar como por que é que os pasteleiros da feira são japoneses? Tudo pode não passar de uma lenda urbana. Vai aí outra contradição: os dominicanos vendem pastéis fritos idênticos aos nossos (só que não tão saborosos) feitos com a massa de tortilla. Será que foram também os chineses que levaram os pastéis para a República Dominicana? Eles dizem que não. Falam que os pastéis têm origem alemã. Mitologemas dos pastéis.

O importante é que o pastel é uma coisa absolutamente deliciosa. E é claro, tem que ser na feira. Não existe pastel melhor do que o pastel feito da feira. Mas será que é impossível fazer um bom pastel em casa?

A Cozinha do Doutor Fofinho mostra que não. Eu consegui fazer um delicioso pastel lá em New York. É claro, nem quis me atrever a fazer a massa do pastel. Vi várias receitas até, mas não tinha a máquina de esticar a massa. Comprei massa de tortilla congelada da marca Goya. A massa de tortilla é um pouco mais grossa que o pastel brasileiro, mas o resultado foi bem interessante. No Brasil é muito mais fácil. As barracas de pastel nas feiras livres vendem aqueles rolos de massa de pastel.

Mas para o pastel ficar bom, deve-se ficar atento a alguns detalhes:

(1)  A MASSA DO PASTEL NÃO GOSTA DE ÁGUA.  Quando for esticar a massa, certifique-se de que a pia ou a mesa estejam bem secas, longe da torneira.

(2) FRITURA PEDE MUITO ÓLEO. Fritura é fritura. Se você decidiu fritar pastel, não pense que colocar pouco óleo para fritar é mais saudável. É justamente o contrário. Quando menos óleo, mais rápido você vai “queimar” a gordura e isso faz mais mal à saúde. Então, capriche na quantidade. Para dar uma idéia, usei a Wok para fritar os pasteis e comprei um calão de 3 litros de óleo. E usei quase tudo.

(3) A TEMPERATURA DEVE ESTAR BEM ELEVADA. Eu não sou bom com os números, então não faço idéia de quantos graus o óleo deve chegar. Mas uma dica boa: coloque um palito de fósforo dentro do óleo. Quando ele acender (dá um pequeno estouro!), retire o palito com um garfo SECO e comece a fritar. Abaixe o fogo de início, para não se queimar com a gordura. Comece colocando um único pastel para ver se a gordura está indo bem, borbulhando. Outra dica: coloque o pastel no cantinho na panela, encostada no metal e deixe ele “escorregar” para dentro da gordura. Isso evita acidentes.

E quanto ao recheio?

O pastel pode ser recheado com o que você quiser. Os mais tradicionais e populares são os de carne moída e queijo, que são inclusive os meus prediletos. O importante é ser farto e molhadinho. Para fazer a carne moída, eu gosto de refogar com alho e cebola, acrescentar molho inglês, salsinha e um pouco de pimenta (chili em pó) e depois acrescentar ovos cozidos picados no final. O queijo pode ser branco (Minas), mussarella, mas eu prefiro os queijos amarelos, como o Gouda ou Estepe. Também pode fazer de “bauru”, acrescentando uma rodela de tomate e um pouqinho de orégano ao queijo.

O formato pode ser quadrado, triangular, retangular, ou meia-lua. As massas vendidas nas feiras geralmente vêm sem corte ou com pequenos talhos já delimitando os cortes. Para fritar em casa, é melhor que eles sejam bem menores que os pasteis da feira, uma vez que a panela vai ser menor. Pegue o pedaço de massa, coloque um pouco do recheio do centro e dobre a massa por cima, unindo as extremidades. Para vedar, aperte por toda a volta com os dentes de um garfo para o pastel abrir no momento da fritura.

Ao colocar na panela, vá virando o pastel várias vezes, até que ele fique douradinho de ambos os lados. Escorra bem a fritura num papel-toalha e está pronto para comer.


Difícil é suportar o cheiro de fritura que se espalha pela casa depois e permanece por horas a dias. É por isso que decidi que é muito mais fácil comer pastel na feira.

 Pastel combina com caldo de cana ou com cerveja. E ponto final.