Sunday, March 13, 2011

Prosas, Macumba Cafezinho

Tuesday, March 8, 2011

Hamburguinho do Doutor Fofinho

É difíl encontrar alguém que não goste de hambúrguer. Eu amo. De todos os jeitos. De Big Mac a Hambúrguer com trufas negras do Bistrot Moderne do Daniel Boulud. O máximo de decepção que tive ao comer hambúrguer foi encontrar coisas sem graça, sem tempero, como o do Seu Oswaldo em São Paulo ou o do Corner Bistrot, em New York, esse tipo no Zagat como o melhor de lá. E é claro, detesto aqueles congelados, que são feitos com carne de quinta e deixam aquela meleca de sebo na panela depois de fritos. Sem falar no gosto de papel.

Além disso, abomino quase todas as variações hamburguesas: hambúrguer de picanha, suíno, de avestruz, de javali, de salmão, de atum, de soja, abrindo raríssimas exceções para os de cordeiro, desde que sejam macios e suculentos. Outro dia estava de regime e pedi um hambúrguer vegetariano do New Dog: o catchup estava uma delícia. E ajudava a disfarçar o gosto de papel daquele pesinho de porta que chamaram de hambúrguer. Conclusão: fiquei com soluço a tarde toda.

Já aqui em casa, os hambúrgueres tem sido aclamados. Outro dia quase fiz um velhinho enfartar no supermercado ao me ouvir pedindo um quilo de filé mignon moído.

- Filé mignon moído? O que você faz com isso?

- Vou fazer hambúrguer.

- Onde já se viu! Disse o velho com os olhos arregalados.

Pra dizer a verdade, pode ser feito com qualquer carne boa. Mas eu realmente prefiro com filé mignon. Carne suculenta, pouco gordurosa, cheirinho bom de carne de verdade. A única coisa que não se pode esquecer é de pedir pro cara do açougue “limpar” o moedor antes, para não pagar acém com preço de filé mignon. Sim, porque é comum sobrarem uns restinhos de outras carnes lá dentro.

Mas o que chamei de “hamburguinho” não é um hambúrguer pequenininho. É uma variação do meu hambúrguer tradicional, inspirado naqueles famosos hamburguinhos das lanchonetes de faculdades e lojas de conveniência dos postos de gasolina. É aquele hambúrguer assado dentro de uma massa de enroladinho e que deixa gostoso mesmo o hambúrguer mais seboso. Desde a primeira vez que encarei um desses num posto de gasolina na Avenida Kennedy, em São Bernardo do Campo, enquanto esperava uma tempestade passar, enfiei na cabeça que ia fazer uma versão “chiquetosa” dele.

Sempre que volto de New York, trago comigo umas latinhas de uma passa pronta de croissants – Pillsbury Crescents, que pode ser encontrada aqui no Empório Santa Maria ou na Casa Santa Luzia. Essa massa já vem pronta, picotada em pequenos pedaços e serve para fazer croissants e outras delícias fohadas, além de enroladinhos de salsicha (“Pigs on the blanket”).


E foi com essa massa que cobri o meu delicioso hamburguinho, recheado com queijo gruyère. E aqui vão os passos dessa deliciosa orgia gastronômica:

Receita do Hambúrguer:

500g de carne moída (Já disse: eu prefiro filé mignon!)

01 cebola pequena bem picada

03 dentes de alho

Salsa e cebolinha picados

01 colher de sopa bem cheia de Mostarda Dijon

01 colher de sopa de azeite

Sal a gosto

01 ovo inteiro

02 colheres de sopa de molho inglês

Pimenta do reino moída

100g de queijo parmesão ralado

05 azeitonas picadas

05 alcaparras picadas

03 colheres de farinha de rosca

Coloque todos os ingredientes numa vasilha, mexendo até ficar homogêneo. Se preferir, pode processar todos os temperos juntos para que não fiquem pedaços aparentes. Experimente e veja se precisa completar com um pouco mais de tempero, pois as medidas são estimadas. Tampe a vasilha com filme plástico e deixe na geladeira por cerca de duas horas. Se estiver com pressa, pode colocar por uns 20 minutos no congelador. Isso vai fazer com que os temperos sejam melhor absorvidos e a farinha e o ovo dêem uma “liga” à carne, deixando-a mais consistente.

Retire da geladeira e, com as mãos, pegue um punhado de carne e faça uma “bolinha” do tamanho que preferir. Como sou guloso, prefiro fazer “bolonas”, então essa quantidade de carne vai servir para 03 ou 04 hambúrgueres. Feita a “bolinha”, corte o queijo gruyère em cubos de 1 a 2 centímetros e afunde o queijo no meio da carne, acertando depois para o queijo não ficar aparente.

Abra a massa com um rolo ou uma garrafa e embrulhe o hambúrguer nela. Essa massa é bem fácil de manusear e faça uma ligeira pressão com os dedos ao redor dela, tampando todos os buracos. Se quiser, pode untar com gema de ovo peneirada misturada com um pouco de café preto, que vai deixar com aquela cor da bisnaguinha da padaria.

Leve ao forno pré-aquecido e deixe assar por cerca de 45 minutos. Acho que esse hambúrguer é um prato por si só e dispensa acompanhamentos, mas se preferir pode servir com uma saladinha.


Acho que combina bem com um bom vinho tinto, e minha sugestão é um Malbec – Altos Las Hormigas, que tem um sabor bem encorpado.

Bem, esse vai ser meu almoço de hoje. E como vou contar com o “apoio” de “Bons Gourmands”, vou servir um risoto de fungi como acompanhamento. Deleitem-se!

Saturday, March 5, 2011

Mini Penne frito na Wok com anchovas e cebola roxa

Sábado chuvoso de carnaval em Sampa. Nada pra fazer. Preguiça, preguiça, preguiça. Bateu a fominha de almoçar algo rápido e fácil de fazer. Tenho achado esses Mini Pennes da Barilla uma excelente opção para pratos rápidos, porque eles são minúsculos e então cozinham bem mais rápido. Foi até que tive a idéia de fazer esse prato. Cozinhar o macarrão, escorrer, isso é o mesmo processo de qualquer macarrão. A única coisa é que gosto de cozinhar a massa com pouco sal, usar azeite e adicionar dois dentes de alho ou alho picado e pimenta do reino na água do cozimento, para dar mais sabor.

Enquanto a massa cozinhava, fritei uma cebola roxa com azeite na Wok e, quando o macarrão ficou pronto, dei uma fritada nele, mexendo devagar e, no final, acrescentei as anchovas, salsa e cebolinhas frescas, regando com um pouco mais de azeite. Sem nenhuma modéstia, tenho que dizer que ficou estupendo!

Lógico que macarrão anda de mãos dadas com vinho. E hoje apelei para os comuns (tipo “era o único que tinha no cooler”): Santa Helena, Cabernet Sauvignon. Gostoso, sem requintes, mas suficiente para um almoço expresso de sábado.

Bom apetite!!!

Noite dos Bolinhos Fritos

Sim, gordura vicia muito! E se for gordura frita, é vício imbatível na certa! Mas de vez em quando é sempre bom uma friturinha. Sexta-feira de noite, cansado do trabalho e morto de fome. Poderia bem comer um sanduíche de pão integral com peito de peru e cream cheese light.... hum.... que....porcaria pra comer numa sexta-feira.

Corro para a geladeira e avisto os “játevis” da semana que passou: arroz de coco num potinho de plástico, uma banana da terra. Mais abaixo, um pote de tesouro: a massa do bolinho de queijo coalho com tapioca. É pra já!

O bolinho de queijo coalho com tapioca aprendi com o Rodrigo Oliveira, chefe do Restaurante Mocotó. Lá ele serve com geléia de pimenta, mas só tinha geléia de amora, que também combina muito. Para prepara-lo, adicione:

01 xícara de tapioca de bolinha ou em pó (goma)

01 xícara de queijo coalho ralado.


Misture bem os dois ingredientes, e adicine uma pequena quantidade de leite fervendo para dar “liga”. A massa tem que ficar com um aspecto “barrento”. Se ficar muito liquida, acrescente um pouco mais de tapioca, mas cuidado pra massa não virar uma borracha. Feito isso, forre um recipiente quadrado ou retangular com filme plástico. Nas primeiras vezes coloquei numa assadeira, mas da última vez coloquei num potinho de plástico com tampa, tipo Tupperware (ou, como dizem, “tapauér”). Coloque na geladeira por algumas horas (o melhor resultado é deixar da noite para o dia).

Para fritar, coloque bastante óleo numa frigideira funda. Enquanto isso, remova a massa com o filme plástico e coloque-a sobre uma tábua. Ela deve estar bem firme, consistente, para ser cortada em pequenos cubos de, no máximo, 2cm. Quando o óleo estiver quente, vá colocando o cubinhos para fritar, separando-os com um garfo para não grudarem uns nos outros. Quando estiverem moreninhos, tire-os e escorra o excesso de gordura em toalha de papel. Sirva acompanhado de geléia à sua escolha, ou coma puro mesmo.

Bolinho de Arroz de coco com Banana da Terra

Esse bolinho é um total “játevi”, “sorobô”, “restô d’onté”. No almoço de domingo havia feito arroz integral com leite de coco, para servir com o pirarucu. E daí resolvi fazer um bolinho. Juntei o arroz, a banana da terra picada em fatias (acho que teria ficado mais uniforme se tivesse cortado em cubinhos), adicionei um ovo, um pouco de pinga, sal, um pouco de farinha de mandioca torrada ( aquela maravilhosa farinha baiana!) e um pouco de manteiga de garrafa. Adicionado tudo isso, mexer até adquirir um aspecto homogêneo e fazer pequenas bolinhas com a mão para jogar no óleo quente.

Fiz para ser comido sozinho, mas um amigo experimentou colocar a geléia de amora sobre o bolinho e ficou fantástico! Esse bolinho é prá mostrar que dá para fazer tudo com quase qualquer coisa. Tenho feito vários bolinhos com diferentes sobras de comidas e o resultado é sempre fantástico: risotos de todos os tipos, jambalaia, arroz de “puta rica”, feijoada e tudo o mais que vier à cabeça.

Espero que curtam os bolinhos. Mas se não certo, vá até o Restaurante Mocotó, na Zona Norte de São Paulo, e experimente o maravilhoso bolinho que é servido lá!

E para beber, ainda estou na mania da Cerveja Colorado Indica, feita com rapadura, lá de Ribeirão Preto. Divirtam-se!