Navegando pela internet, descobri que os
pastéis foram “inventados” ou modificados de suas versões originais pelos
chineses, principalmente com a chegada dos imigrantes após a II Guerra
Mundial. Tudo bem, faz sentido.
Mas quem pode me explicar como por que é que os pasteleiros da feira são
japoneses? Tudo pode não passar de uma lenda urbana. Vai aí outra contradição:
os dominicanos vendem pastéis fritos idênticos aos nossos (só que não tão
saborosos) feitos com a massa de tortilla. Será que foram também os chineses
que levaram os pastéis para a República Dominicana? Eles dizem que não. Falam
que os pastéis têm origem alemã. Mitologemas dos pastéis.
O importante é que o pastel é uma coisa
absolutamente deliciosa. E é claro, tem que ser na feira. Não existe pastel
melhor do que o pastel feito da feira. Mas será que é impossível fazer um bom
pastel em casa?
A Cozinha do Doutor Fofinho mostra que não.
Eu consegui fazer um delicioso pastel lá em New York. É claro, nem quis me
atrever a fazer a massa do pastel. Vi várias receitas até, mas não tinha a
máquina de esticar a massa. Comprei massa de tortilla congelada da marca Goya.
A massa de tortilla é um pouco mais grossa que o pastel brasileiro, mas o
resultado foi bem interessante. No Brasil é muito mais fácil. As barracas de
pastel nas feiras livres vendem aqueles rolos de massa de pastel.
Mas para o pastel ficar bom, deve-se ficar
atento a alguns detalhes:
(1)
A MASSA DO PASTEL NÃO GOSTA DE ÁGUA. Quando for esticar a massa, certifique-se de que a pia ou a
mesa estejam bem secas, longe da torneira.
(2) FRITURA PEDE MUITO ÓLEO. Fritura é
fritura. Se você decidiu fritar pastel, não pense que colocar pouco óleo para
fritar é mais saudável. É justamente o contrário. Quando menos óleo, mais
rápido você vai “queimar” a gordura e isso faz mais mal à saúde. Então,
capriche na quantidade. Para dar uma idéia, usei a Wok para fritar os pasteis e
comprei um calão de 3 litros de óleo. E usei quase tudo.
(3) A TEMPERATURA DEVE ESTAR BEM ELEVADA.
Eu não sou bom com os números, então não faço idéia de quantos graus o óleo
deve chegar. Mas uma dica boa: coloque um palito de fósforo dentro do óleo.
Quando ele acender (dá um pequeno estouro!), retire o palito com um garfo SECO
e comece a fritar. Abaixe o fogo de início, para não se queimar com a gordura. Comece
colocando um único pastel para ver se a gordura está indo bem, borbulhando.
Outra dica: coloque o pastel no cantinho na panela, encostada no metal e deixe
ele “escorregar” para dentro da gordura. Isso evita acidentes.
E quanto ao recheio?
O pastel pode ser recheado com o que você
quiser. Os mais tradicionais e populares são os de carne moída e queijo, que são
inclusive os meus prediletos. O importante é ser farto e molhadinho. Para fazer
a carne moída, eu gosto de refogar com alho e cebola, acrescentar molho inglês,
salsinha e um pouco de pimenta (chili em pó) e depois acrescentar ovos cozidos
picados no final. O queijo pode ser branco (Minas), mussarella, mas eu prefiro
os queijos amarelos, como o Gouda ou Estepe. Também pode fazer de “bauru”,
acrescentando uma rodela de tomate e um pouqinho de orégano ao queijo.
O formato pode ser quadrado, triangular, retangular,
ou meia-lua. As massas vendidas nas feiras geralmente vêm sem corte ou com
pequenos talhos já delimitando os cortes. Para fritar em casa, é melhor que
eles sejam bem menores que os pasteis da feira, uma vez que a panela vai ser
menor. Pegue o pedaço de massa, coloque um pouco do recheio do centro e dobre a
massa por cima, unindo as extremidades. Para vedar, aperte por toda a volta com
os dentes de um garfo para o pastel abrir no momento da fritura.
Ao colocar na panela, vá virando o pastel várias
vezes, até que ele fique douradinho de ambos os lados. Escorra bem a fritura
num papel-toalha e está pronto para comer.
Difícil é suportar o cheiro de fritura que
se espalha pela casa depois e permanece por horas a dias. É por isso que decidi
que é muito mais fácil comer pastel na feira.
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ReplyDeleteMassa de pastel de feira? Simplérrima! É só farinha e água que baste para dar a liga. O segredo é um só: cachaça! Um cálice de cachaça para umas 3 xic de farinha. É o que dá a textura, aquelas bolhinhas na superfície. Só tem que sovar bem e abrir na máquina de macarrão, várias vezes, para ficar fina e elástica.
ReplyDeleteMas pastel caseiro é uma outra coisa, de massa mais grossinha, mais densa. O pastel da minha infância...! E os recheios podem ser mais ricos, mais molhadinhos.
A receita aqui é do livro que mamãe me deu quando casei (mimosa, eu, né?)
3 xic farinha de trigo, 1 ovo, 1 cálice de aguardente (sim, também fica bolhudinho)2 colheres de sopa de azeite ou 1 de banha, sal, água q.b. (fria no verão e morna no inverno, 2 colheres de sopa de pó Royal (é, não se dizia "fermento")
Misture bem o ovo, cachaça e gordura. Junte a farinha. Vá pingando água para dar liga. Sove muuuuito bem. Deixe descansar 30 min. Abra fininho com o rolo ou a máquina. Pastelize-a.
Marilex, thanx! A coisa difícil lá foi abrir a massa! Por isso pensei numa solução fácil! Mas um dia tento fazer... Bejux!
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